Na meditação procuramos mergulhar no universo interior, no intimo do nosso espírito e nos desligar da tempestade que nos cerca.
A prática da meditação, seja qual for a técnica usada, é sempre um jeito de fazer a mente complexa voltar a simplicidade.
As técnicas são muitas, mas a essência é uma só e a forma absoluta não existe. É como andar de bicicleta: alguém lhe diz como fazer, mas o aprendizado é solitário. “tombos e pedaladas são por sua conta”.
Às vezes, sem querer, a mera contemplação da natureza é suficiente para alterar o nosso estado de consciência. Ninguém precisa se esforçar para andar de bicicleta, assim como ninguém deve se esforçar para meditar.
Falta abrir um espaço na agenda, escolher uma técnica e dia após dia criar o hábito para que a meditação se imponha e faça o resto. Há sempre um estilo adequado à personalidade, crença e aos hábitos de cada um.
Procedimentos simples, como a meditação centrada na respiração mantém o praticante num nível adequado de atividade. Outros ultrapassam esse patamar, é o que acontece por exemplo na meditação centrada nos sons (mantras).
É o grau de concentração, também, que diferencia a meditação do relaxamento e das práticas de visualização. Os três exercícios são práticas de um só processo.
Na visualização guiada, o praticante é levado à um estágio de serenidade a partir da sugestão. Já a meditação exige um nível de alerta que pode ser comprometido se ficarmos deitados.
Na maioria das técnicas, a percepção da respiração é ferramenta básica. Inspirar e expirar com consciência é a atitude capaz de alterar o humor e a mente.
Para os espiritualistas a meditação é a volta ao lar. Para os médicos, é o repouso que regenera a massa cinzenta.
O neuropsiquiatra americano John Ratey, de Harvard, é fascinado por tudo o que possa ser comprovado em tomografias computadorizadas.
Nem ele hesita em recomendá-la em seu livro mais recente “O Cérebro, um Guia para o Usuário”, que resume as mais novas descobertas da neurociência.
As respostas físicas ao estado alterado de consciência já foram exaustivamente comprovadas: a atividade do sistema nervoso cai, os batimentos cardíacos diminuem, todo metabolismo fica mais lento e o fluxo sanguíneo decresce.
São reações que ajudam a reduzir a hipertensão, dores crônicas, enxaquecas, depressão e outros males do nosso tempo.
A atividade química e elétrica cerebral muda e em vez daquela tempestade usual de sinais descentralizados, a pessoa experimenta o alivio de grandes quantidades de neurônios disparando em harmonia.
Porque a meditação libera endorfinas, substâncias que provocam alegria, e reduz a produção dos inimigos da juventude como a adrenalina, o cortisol e os radicais livres.
Como se observa, estes ensinamentos nada tem de misticismo como muitos podem dizer, estamos falando de medicina preventiva, caminho este, já percorrido há milênios pelos orientais e agora a própria ciência ocidental esta atestando a sua eficácia.
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